quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TEMA e o Seminário de Reorganização do Movimento Sindical e Popular


A Corrente Sindical Trabalho e Emancipação e o Seminário de Reorganização do Movimento Sindical e Popular

A Intersindical foi constituída em 2006, logo após o 9º Congresso Nacional da CUT. No seu 2º Encontro Nacional, sofreu uma divisão orgânica que deu origem a dois movimentos de mesmo nome.

Na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, em 31 de outubro e 1º de novembro, um desses campos realizou o que foi denominado de 3° Encontro Nacional da Intersindical. Segundo a Comissão Organizadora, estiveram representadas cerca de 30 entidades – tanto do movimento sindical como do popular – e participaram do evento 500 militantes, da cidade e do campo.

Fizeram saudações na mesa de abertura os seguintes partidos e correntes: Conlutas, Movimento Avançando Sindical, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Pastoral Operária, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, PSOL e PSTU.

A marca desse encontro foi a busca de unidade e reorganização para além da própria Intersindical. Havia, desde o início, uma vontade política amplamente majoritária de unificação com a Conlutas. As diferenças e discordâncias apresentadas eram em torno da natureza do novo movimento que surgiria com a fusão, bem como do ritmo e dos critérios a serem adotados para realizá-la.

A Corrente Sindical Trabalho e Emancipação, em fase de construção, defendeu a constituição de uma central que englobasse apenas entidades representativas de massa com caráter sindical. A outra corrente foi a Unidos, interna à Conlutas. Todas as demais defendiam uma central de cunho ambivalente, ao mesmo tempo sindical e popular, embora divergissem entre si a respeito dos tipos de entidades que poderiam incorporar-se e o peso da participação de cada setor. Não raro, tais nuanças se apresentavam sob as expressões “dos trabalhadores” ou “do mundo do trabalho”, evitando a definição clara sobre o caráter sindical da central e das entidades componentes.

Os debates, embora divididos em temas específicos, não conseguiram fugir das polêmicas que polarizavam a militância e os dirigentes da antiga Intersindical desde o seu nascedouro. Ao mesmo tempo em que se referiam às discussões no interior do encontro, surgiram também em diversas reuniões com dirigentes da Conlutas, buscando um consenso que propiciasse o início da unificação.

Ao final, aprovou-se uma proposta negociada com a Conlutas, que garantia a realização de um Conclat no primeiro semestre de 2010 para a fundação de uma central ambivalente, de caráter sindical e popular, onde poderão participar também movimentos de caráter não sindical.

Os delegados dessas entidades e movimentos, presentes ao futuro Conclat, decidirão sobre o caráter da central e a forma de participação de correntes como as estudantis e os movimentos contra diversas formas de opressão. Coube ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto apresentar uma sugestão de critérios para a participação desses setores populares. Na pauta também consta o funcionamento interno e a eleição da primeira direção.

A Corrente Sindical Trabalho e Emancipação aceitou que as resoluções fossem aprovadas por aclamação, mas deixou clara sua divergência, reafirmando sua posição de que a central deve associar somente entidades representativas de massa com caráter sindical.

Em seguida, a proposta foi apresentada e aprovada por ampla maioria no Seminário de Reorganização do Movimento Sindical e Popular, já com a presença da Conlutas, do MAS, do MTL, da Pastoral Operária e de outras correntes. Segundo a organização, esse encontro, mais amplo, contou com mais de mil participantes.

Até a realização do Conclat, uma Coordenação Provisória e consensual – composta por 30 dirigentes – vai debater os critérios de participação no Congresso de Fundação e preparar os encaminhamentos práticos. Para essa Coordenação coube a TEMA indicar dois militantes.

A Corrente Sindical Trabalho e Emancipação considera um grave equívoco as decisões tomadas. A diluição do movimento sindical no interior de uma central de caráter popular e o enfraquecimento da construção de instrumentos tipicamente sindicais seriam, se confirmados, um retrocesso para as lutas dos trabalhadores.

Ao atuar na preparação do Conclat, bem como participar das várias instâncias e fóruns unitários do movimento sindical, a Corrente Sindical Trabalho e Emancipação continuará defendendo a constituição de uma central que unifique amplamente as entidades de massa com caráter sindical do País.

CORRENTE SINDICAL TRABALHO E EMANCIPAÇÃO*

*Durante os encontros e seminários dos dias dos dias 31/10/2009 a 2/11/209, em São Paulo, começou a organizar-se e atuou, pela primeira vez, a Corrente Sindical Trabalho e Emancipação.

Um jornal apresentando temas para debate e posições sobre assuntos sindicais foi distribuído nos eventos. Os militantes interessados em conhecer e discutir as idéias e propostas da Corrente Sindical Trabalho e Emancipação podem escrever para o endereço trabalho.emancipacao@gmail.com .

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