quinta-feira, 20 de junho de 2013

Nota da Refundação Comunista em apoio às manifestações populares

Não é Turquia, não é a Grécia,
É o Brasil, saindo da inércia” 
Palavra de ordem nas caminhadas

Em fase da depressão que atinge mundialmente o capitalismo e de suas expressões particulares no Brasil, os governos federal e estaduais vêm adotando medidas para preservar os lucros dos monopólios financeiros, especialmente imperialistas, mesmo que permaneçam irresolvidos os anseios das grandes maiorias nas áreas de saúde, educação, trabalho e transporte, bem como a enorme desigualdade social. Trata-se de jogar nas costas das classes “de baixo” o ônus da crise criada pela economia dos bilionários.

Por meio da redução de impostos para o grande capital – que compromete os serviços públicos –, injetam fábulas de dinheiro em projetos antipopulares. Vejam-se os chamados territórios FIFA e as obras da Copa, destinados aos lucros dos empreiteiros e dos magnatas do entretenimento. Os próprios direitos democráticos, individuais, coletivos, e as conquistas trabalhistas vêm sendo sistematicamente atacados e suprimidos. Ademais, uma onda conservadora tenta impor-se na política, na economia e nos costumes.

Todavia, a juventude, os trabalhadores e todo o povo brasileiro se mostram indignados e demonstram extraordinária capacidade combativa. Ao questionarem tarifas e investimentos públicos, ao se insurgirem contra o cerceamento do direito à livre manifestação e ao protestarem contra a repressão, ousam chamar para si a responsabilidade sobre o seu próprio destino. A partir de reivindicações específicas e legítimas, uniram-se em torno de demandas fundamentais até então latentes e assumiram – de forma autônoma em face do Estado e dos políticos burgueses –, a condição de protagonistas.

A Refundação Comunista, fiel à sua origem social, coerentemente com sua ideologia emancipatória e honrando seus compromissos políticos, apóia irrestritamente e vem participando das jornadas que varrem o Brasil de norte a sul. Ao mesmo tempo em que saúda o caráter democrático e nacional que as mobilizações cada vez mais assumem, denuncia a ação repressiva do Estado, reconhece o direito das massas de se defenderem da violência, repudia as provocações da direita e rechaça as tentativas de manipulação eleitoreira.

Por fim, conclama todos os participantes – partidos, entidades, movimentos, grupos, militantes, ativistas e simpatizantes – para, de forma consensual, construirmos uma plataforma de exigências unitárias e organizarmos, para conquistá-la, um dia nacional de lutas com manifestações e greves. Tal é, na atual conjuntura, a melhor forma para fortalecer-se uma saída democrática e de interesse popular para a crise que colocou na berlinda os representantes da ordem conservadora.

Brasil, 19 de junho de 2013,
O Comitê Central da Refundação Comunista

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