O luto como antessala do futuro
Não é preciso lembrar sua busca
incessante por melhorias na vida do povo venezuelano. Nem rememorar sua
dedicação sem limites à luta em prol da unidade latino-americana, na tradição
de Bolívar, Sandino, Martí, Guevara, Allende, Camilo Torres, Marulanda,
Prestes, Marighella e tantos outros. Muito menos elogiar sua inquietude perante
os problemas vividos pelas classes trabalhadoras e pelos oprimidos no mundo
inteiro.
Menos ainda é necessário frisar o seu
papel na Alternativa Bolivariana para as Américas e na autonomia das nações
diante dos imperialismos, assim como na integração regional em instituições
como o Mercado Comum do Sul, a União das Nações Sul-Americanas, a Cúpula da
América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento e o Banco do Sul.
Ou, por fim, nomear seu apoio à luta dos governos progressistas por reformas
democrático-radicais e medidas de interesse popular, no combate ao capital
financeiro internacional, às oligarquias locais e aos golpismos internos.
Seria redundante. Tudo isso virou obviedade.
Todavia, no momento em que a unanimidade entre os “de
baixo” se mostra insuficiente para dissuadir a provocação dos poderosos, no
momento em que os magnatas se aproveitam da morte para mais uma vez mentir,
caluniar e continuar sua reacionária disputa, sem qualquer limite moral ou
respeito humano, no momento em que a mídia conservadora promove um ritual
macabro e de mau gosto, revelando sua face mais cruel e seu ódio irracional aos
que destoam de seus padrões políticos e comportamentais, nós, comunistas,
somamo-nos ao luto geral para saudar o nosso aliado de primeira hora, o
militante que nunca se acomodou na caserna, que jamais capitulou nos corredores
palacianos, que não conheceu o medo e que nem mesmo se vergou na doença
terminal.
O pesar das grandes massas e dos melhores indivíduos pela
perda física de Hugo Chávez Frias, o petulante e audaz dirigente e tribuno
dessa América sofrida e agredida, mas nunca vencida, é a prova cabal de que
seus exemplos e ideias continuam vivos, assombrando os ideólogos do
capitalismo, apavorando os serviçais dos ricos e clamando por justiça social.
Eis por que preferimos não lhe dizer adeus em sussurros, mas gritar, junto aos
milhões que o acompanharam na passeata final de Caracas:
Obrigado, companheiro e comandante Chávez!
Valeu, e muito!
Brasil,
7 de março de 2013,
Comitê
Central da Refundação Comunista (Brasil)
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